(...) Partiste à procura de algo e deixas-te um vazio em mim. Senti-me perdido a todo o momento, sem saber o que dizer, pensar, sentir e até mesmo sem saber por onde andar. O ar parecia faltar só de pensar em ti, na falta que me fazias e na ideia de já não seres minha, de te ter perdido. Chorei, confesso, não tenho vergonha de o dizer. Foi a ti que dei tudo de mim; tudo o que tinha e o que não tinha. Dei-te o meu amor curioso, um amor de quem estava a aprender a amar e a ser amado. Sempre te respeitei; tratei-te e fiz-te sentir mulher. Entreguei-me de corpo e alma. Dei-te a minha boca e o meu corpo, o meu cheiro, as minhas mãos, as minhas palavras e os meus gestos. Conheces-te o meu lado mais frágil e emotivo. Dei-te a conhecer as pessoas que mais amo e o meu abrigo. Conheces-te tudo de mim sem máscaras, como sou e como penso. Juntos dançámos sozinhos e eu cantei para ti, cantei, cantei, cantei até que o tempo de antena acabasse. Fiz de tudo para ver a expressão dos teus olhos e da tua boca enquanto sorrias, eram pormenores como esse que me faziam sentir e davam sentido aos meus dias. Era a tua presença física e não física que me fazia sentir acompanhado e de certa forma protegido. Eras a minha princesa e a melhor coisa que me acontecera na minha ainda breve passagem pelo mundo. Todos os dias consciente e inconscientemente agradecia por fazeres parte da minha vida e de mim.
Podíamos vir a ser muito felizes juntos, pelo menos eu prefiro pensar assim. Há quem diga que todas as coisas boas chegam ao fim, talvez esta afirmação até tenha algum valor de verdade, pelo menos faz sentido na nossa história. Já baixei as defesas e engoli o orgulho algumas vezes, mas penso que isso acabou. A pouco e pouco tenho encaixotado memórias e dito adeus a palavras e gestos. Estou a despedir-me deste amor e a encerrar uma fase da minha vida, uma fase boa mas que chegou ao fim. A vida continua e não pára, e eu, mais uma vez, estou aqui para lutar contra todas as recaídas, todas as emoções e saudades. Adeus, até um dia... (...)
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